sexta-feira, 25 de julho de 2008

MELHORANDO SEMPRE, APESAR DOS PESSIMISTAS.

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Às 25 de julho de 2008 às 13:30 , Blogger IRIDIUM08 disse...

Melhorou, e muito
Relatório da OMS revela que o mundo
nunca teve expectativa de vida tão boa

Habituada a alardear previsões catastróficas nem sempre confirmadas, a Organização Mundial de Saúde, OMS, resolveu promover um tardio acerto de contas com as conquistas forjadas no interminável duelo da humanidade contra a morte. O relatório anual da entidade, divulgado neste mês, conclui o seguinte: "A população mundial nunca teve uma perspectiva de vida tão saudável. O século XXI não traz simplesmente a probabilidade de uma vida mais longa, mas também uma qualidade de vida superior, com menos doenças". O dado mais animador é que a vida média atingiu o inédito patamar mundial de 68 anos. Trata-se de uma escalada de respeitáveis vinte anos nas últimas quatro décadas (veja quadro). Ao contrário do que dá a entender a estatística — a ciência de médias aritméticas —, esse incremento na expectativa de vida não significa apenas que mais pessoas estão atingindo a velhice. "O grande trunfo desse número está no fato de que as taxas de mortalidade infantil têm caído sistematicamente", diz o professor Ruy Laurenti, da Universidade de São Paulo, USP. A lógica é simples. Ao morrerem muitas crianças e jovens, o peso das faixas etárias mais baixas no cômputo geral da longevidade puxa o tempo de vida médio para baixo. Se o problema é minimizado, o índice vai às alturas. É uma vitória e tanto, e é mundial. Para exemplificar, no Brasil a taxa de mortalidade infantil caiu de 117 crianças mortas em cada 1.000 nascidas vivas, nos anos 60, para menos da metade — 42, em 1997. Isso ajudou a elevar a média de vida do brasileiro para os atuais 67,6 anos. Na década de 50, era de apenas 47.

A principal razão dos avanços registrados pela OMS está nos bons ventos econômicos que sopram sobre quase todo o mundo nos últimos anos. Apesar de crises pontuais, a economia global está em alta. O Banco Mundial prevê que até o ano 2006 a renda per capita média do mundo cresça 2% ao ano. Na prática, é mais comida na mesa e redução dos quadros de fome endêmica. Em um bloco de 93 países em desenvolvimento pesquisados pela ONU, o consumo calórico subiu das 1.960 calorias da década de 60 para 2.520 calorias, incremento de 29%. Já é um grande resultado, embora admita ressalvas severas. Segundo a OMS, metade das mortes entre crianças com menos de 5 anos ainda é causada por desnutrição.

A importância dos avanços da ciência no alargamento da expectativa de vida também tem sido enorme. As indústrias farmacêuticas nunca investiram tanto no desenvolvimento de novas drogas. No ano passado, a Roche, uma das maiores empresas do setor, destinou 2 bilhões de dólares para alavancar suas pesquisas — bem mais do que algumas das grandes indústrias automobilísticas injetaram no desenvolvimento de novos automóveis. O dinheiro farto produz medicamentos cada vez melhores e joga as estatísticas obituárias para baixo. Tome-se o caso da hipertensão. Uma substância capaz de controlar a doença chegou aos consultórios médicos há trinta anos, mas tinha o sério problema de causar taquicardia e depressão psíquica em muitos casos. "Era difícil levar o tratamento adiante porque muitos pacientes se recusavam a continuar tomando o remédio, incomodados com os efeitos colaterais", diz Valdair Pinto, diretor médico do laboratório Pfizer. Uma nova geração de hipertensivos colocou fim ao problema, e, se diagnosticada a tempo, a doença não assusta mais. Com o correr dos anos, importantes conquistas da medicina, como os antibióticos e a vacinação, se popularizaram, facilitando o acesso da população. O resultado é que hoje já se pode comemorar a virtual extinção de pragas como a poliomielite e a varíola, ceifadeiras de vidas humanas até décadas atrás.

Apesar de saudar os ótimos avanços conquistados em todo o mundo, a OMS lembra que hoje 40% das mortes ainda são prematuras, ocorrem antes dos 50 anos. As doenças infecto-contagiosas encabeçam o ranking da mortalidade. No ano passado, do total de 52 milhões de mortes, 17 milhões foram provocadas por moléstias viróticas, bacterianas ou por parasitoses, a maioria em países em desenvolvimento, como o Brasil, onde são responsáveis por quase a metade do total de mortes. São perdas em geral evitáveis, o que pode ser verificado pelos índices dos países desenvolvidos, em que tais doenças respondem por apenas 1% dos óbitos. É difícil erradicá-las em meio ao atraso. No caso de patologias clássicas, como a tuberculose, que têm tratamento há décadas e não deveriam mais provocar mortes, seu avanço se deve à baixa nutrição, com o conseqüente enfraquecimento do sistema imunológico. A hepatite B, que provoca 300.000 mortes por ano em todo o mundo, poderia ser combatida com vacinas, mas seu uso generalizado ocorre apenas nos países ricos. No Brasil, a prevenção em larga escala começou nesta década, restrita apenas a crianças com até 1 ano de idade. Conclusão inevitável: nunca estivemos tão bem, mas ainda podemos melhorar muito.

FONTE: VEJA

 

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