terça-feira, 4 de setembro de 2007

DE VOLTA A MESA

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Às 4 de setembro de 2007 às 07:32 , Blogger IRIDIUM08 disse...

Depois de anos sob ataque, a carne
vermelha é reabilitada pelos médicos

Desde que os médicos passaram a relatar o aumento da incidência de obesidade, distúrbios cardiovasculares, diabetes e câncer, a carne vermelha entrou para a lista dos vilões da boa saúde. Mas a conexão entre o seu consumo e o aparecimento desses problemas foi feita com base em suposições não provadas a contento pela ciência. De tudo o que se pesquisou até agora, não há na literatura médica evidências convincentes que mostrem que o consumo moderado de carne magra, sem gordura, como um bom bife de alcatra, deva ser abolido. Ao contrário, os médicos estão recomendando a volta da carne vermelha ao cardápio, por causa de seu valor nutricional. Eliminar de vez o alimento das refeições pode ser uma atitude arriscada, com conseqüências graves. Entre elas, anemia e deficiência de vitamina B12. A falta desta última causa problemas de memória e cognição. Por fim, a carne vermelha é essencial para o desenvolvimento intelectual e físico das crianças. "Uma criança não pode viver sem carne", diz o cardiologista e nutrólogo Daniel Magnoni, do Hospital do Coração, de São Paulo. "A menos que seja feita uma suplementação alimentar com ferro, nutriente encontrado em abundância na carne vermelha."

Com a ascensão do vegetarianismo nos países ocidentais, os ataques à carne redobraram. Entre mitos e verdades, o resultado foi uma queda no seu consumo e um aumento da opção pelo frango. Em 1995, um brasileiro consumia, em média, 42 quilos de carne por ano e 22 quilos de frango. Em 2003, o consumo da primeira caiu para 36 quilos por ano e o do segundo subiu para 32 quilos, de acordo com dados do Serviço de Informação da Carne. Desse cálculo não se pode excluir, evidentemente, o fator econômico – a perda do poder aquisitivo ao longo da última década contribuiu para a diminuição da presença de carne vermelha na mesa nacional. Mas quem é que, mesmo a contragosto, mesmo sem sofrer reveses financeiros, não trocou um suculento filé por um insosso franguinho grelhado só porque disseram que era melhor para a saúde? Pois saiba que, dependendo do corte, a carne de frango é mais danosa do que a de boi magra. Isso porque ela pode ter mais gordura saturada, aquela que contribui para o entupimento das artérias e, por tabela, para o aumento dos distúrbios cardiovasculares. Há que levar em conta também que a carne que se consome hoje em dia é mais leve do que a de dez anos atrás. Os avanços no campo da genética e da nutrição animal tornaram possível a produção de carnes com ainda mais baixos teores de gordura. Atualmente, um corte magro possui cerca de 20% menos gordura total do que há uma década.

Os estudos que condenaram a carne vermelha foram feitos com base na análise de populações que abusavam do consumo da versão mais gordurosa do alimento. Nunca foi feito nenhum levantamento epidemiológico sobre o impacto da ingestão de carne de boi magra. Pouca gente, aliás, sabe que existe essa distinção. Para a maioria, carne magra é sempre a de frango ou peixe. Um bife de alcatra ou um filé mignon, contudo, são cortes extremamente saudáveis. Recomenda-se ingerir carne vermelha magra de três a quatro vezes por semana – a porção média deve variar entre 65 e 100 gramas do alimento cozido ou grelhado, o que equivale a um pedaço médio. É a quantidade ideal para se obter ferro, zinco e vitaminas como a B12 na medida certa para o bom funcionamento do organismo. Depois de dez anos sem comer carne, a produtora Tânia Miller, de 57 anos, precisou rever sua decisão, convencida por seu médico. "Tive uma anemia muito séria e ele disse que era essencial que eu voltasse a comer carne." Os bifes a ajudaram a recuperar a saúde.


FONTE: VEJA

 

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