quarta-feira, 5 de setembro de 2007

UTOPIA: INDIO ECOLOGICO.

1 Comentários:

Às 5 de setembro de 2007 às 06:20 , Blogger IRIDIUM08 disse...

O mau selvagem
Para estudioso inglês, índio ecologicamente
correto é uma idéia sem fundamento

Uma das idéias mais difundidas entre os ecologistas é que os índios sabem como ninguém preservar o meio ambiente, já que vivem em comunhão com a natureza. No livro Bárbaros na Floresta: o Mito do Nobre Ecosselvagem, que acaba de ser lançado na Inglaterra, o sociólogo Robert Whelan alinha fatos pouco conhecidos para colocar em dúvida esse postulado. Ele fala, por exemplo, de uma tribo do Estado americano do Wyoming que era capaz de espantar manadas de milhares de búfalos rumo a um precipício. O objetivo era matar grande número de animais e, assim, garantir o sustento das aldeias. Claro que a maior parte da carne era desperdiçada. Há ainda o caso da tribo crow, também dos Estados Unidos, que sacrificava 350 alces para confeccionar uma única peça de roupa. O sociólogo não quer dizer que os índios da América e os povos nativos de outras regiões eram sádicos. Ele defende apenas que eles tinham – e têm – tanta consciência ecológica quanto o operador de uma motosserra na Amazônia. Ou seja, ontem e hoje sua maior preocupação é com a própria sobrevivência. "As pessoas têm uma visão idealizada de como os índios vivem. Com este livro, ofereço um enfoque mais realista", disse Whelan a VEJA.

O mito de que os índios eram amantes da natureza se difundiu a partir do século XVI, quando os europeus atribuíram a exuberância das matas americanas ao fato de os nativos não se relacionarem com elas de forma predatória. Essa idealização alimentou vários filósofos, como os franceses Michel de Montaigne e Jean-Jacques Rousseau. Este último embasou no conceito idílico do selvagem sua famosa teoria de que o homem era originalmente bom até ser corrompido pela sociedade. É curioso notar que nenhum desses pensadores estudou a vida indígena de forma aprofundada. Montaigne só viu um índio uma única vez, e na França. Ele vinha do Brasil e o filósofo admitiu não ter entendido nada de sua conversa, apesar de contar com um tradutor. Os trabalhos de Rousseau e Montaigne inspiraram centenas de outros filósofos e encontraram eco até recentemente.

Queimadas – Baseado em estudos de geógrafos, Whelan defende uma tese polêmica. Segundo ele, em 1500 não havia muito mais florestas na costa da América do que hoje em dia. Na época, o continente era povoado por mais de 50 milhões de índios, que faziam queimadas com o fim de preparar o solo para a agricultura. Essa população foi dizimada pelos colonizadores até chegar a um décimo do total. Com isso, as florestas teriam recuperado seu viço, chegando exuberantes à época de Rousseau. "Não há nada de mais em gostar dos índios", diz Whelan. "O problema é quando as utopias dos ambientalistas influenciam políticas desastrosas." Ele cita o caso dos yuquis, da Bolívia. Em tempos remotos, eles se alimentavam de frutas e possuíam escravos que as colhiam para eles. A escravidão entre os yuquis foi abolida no século XVI, graças aos catequizadores. Em 1990, o governo da Bolívia deu aos sobreviventes da tribo uma área de 115.000 hectares. O que se seguiu foi uma tragédia ecológica. Os índios derrubaram a floresta para colher os frutos – porque, segundo sua tradição, só escravos subiam em árvores. E como não havia mais escravidão...

FONTE: VEJA

 

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